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A Correnteza da Vida


A metáfora da “correnteza da vida” descreve nossa vida emocional, que flui como um rio entre suas margens. Esse rio contém todas as sensações, sentimentos, pensamentos e comportamentos que estão sob nosso controle. Também existem pedregulhos e rochas no leito do rio, as situações difíceis que enfrentamos no passado, que podem ser responsáveis por algumas particularidades de nossa personalidade, mas ainda são parte do rio e estão sob nosso controle.

Quando o choque traumático é muito forte, provoca uma ruptura na margem do rio, criando uma súbita corrente de energia, que sai do nosso controle: o vórtice de trauma. A atração do redemoinho do vórtice de trauma reduz o fluxo do rio e diminui nossa capacidade de administrar sensações, sentimentos, pensamentos e comportamento. Se esse vórtice não for descarregado, se fixa em nosso corpo/mente, tornando-nos facilmente vulneráveis a repetições e à hiperativação. Por outro lado, aprendemos a temer e a evitar esse vórtice, despendendo tempo e energia na tentativa de nos livrar de quaisquer possíveis desencadeadores e ligações com ele- e, conseqüentemente, criando barreiras artificiais e limitando a abrangência da vida.

O paradoxo implícito na metáfora da correnteza da vida, com seus vórtices de trauma de cura, nos ensina que, ao mesmo tempo que a experiência do trauma tem um incrível poder de destruição, também tem o poder de nos tornar mais fortes e de nos levar a uma renovada valorização da vida. Além disso, a superação do trauma pode nos ensinar a desenvolver empatia mais profunda pelo sofrimento do outro.

Temos a capacidade inata de nos recuperar automaticamente de experiências de extrema ameaça e de levar a cabo a autocura. Mas, quando certas experiências são tão desafiadoras a ponto de tornar-se traumáticas, ficamos sobrecarregados e não conseguimos lidar com elas nem nos recuperar sozinhos. Nesse momento precisamos acionar conscientemente o vórtice de cura para reconectar-nos à nossa capacidade inata de autocura.

Que ferramentas podem ser usadas nessas circunstâncias? No livro “Do Trauma a Cura” de Gina Ross é descrita uma ferramenta terapêutica chama Experiência Somática (SE), que consideramos uma das técnicas mais eficientes e benéficas que as pessoas podem utilizar fora do consultório, transculturalmente aceita, para buscar autoconhecimento e autorregulação.

Citação do livro: “Do Trauma À Cura: Um Guia Para Você”, Gina Ross.

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